domingo, 11 de outubro de 2015

Criança

A criança que em mim vive
não tem nome, nem idade específica,
ela é quem me faz sorrir,
ela que me traz a alegria de viver,
ela que me faz querer girar pelos bosques
ou tomar água da chuva.
A criança que eu sou não tem medo
de rir alto, de correr pelo parque ou
saltitar porque está feliz.
A criança que eu sou
não pergunta se deve sempre ser feliz
ela simplesmente é e vive.
Quando contrariada, chora,
mas sabe que seu Pai,
mesmo invisível, sempre te
traz presentes maravilhosos.
A criança que eu sou
é quem me faz sonhar,
é quem me deixa brincar
com as borboletas,
rodopiar com o vento até o céu
e brilhar com a lua no entardecer.
A criança que eu sou
vive e se diverte sendo completa
e exalando amor!

Não vou voltar a ser criança
ela sempre será o que me faz viver.
Não vou voltar a ser criança
ela me é e me dá força de ser.
Não vou voltar a ser criança
ela nunca morreu em mim
e jamais foi esquecida também,
ela é aquilo que sou e sempre será.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Volume I

Deste livro de histórias fantásticas
e entes sobrenaturais fechou-se um tomo.
Nele memórias, lembranças e um belo passado.
Cada página, cada verso, cada sombra
um contexto externalizado.
Ali, felicidade, tristeza, paixões,
amores, viveres e vivências.
Nesse livro, já acabado,
histórias jamais esquecidas,
memórias que não são mais sustentadas,
Os amores?
Bem, esses sempre são bem nutridos.

Neste livro não existe páginas soltas
ou questões mal resolvidas,
todas foram iluminadas pela razão
ou pelo amor, destas confesso que gosto mais.
Nestas páginas as dores e os sofrimentos
foram vividos, poucos relatados,
na realidade, quase sua totalidade já esquecidos.
Neste livro as lembranças não tem peso,
são apenas lembranças, sem manuseios.

Naqueles capítulos somente círculos se condensavam,
momentos e passagens igualmente vividas,
tarefas e afazeres mal compreendidos.
Destino? Karma? Dharma?
Não, apenas a Vida seguindo seu ciclo.

Naqueles parágrafos, ainda confusos e sem nexo
muitas foram as coisas construídas,
muitas delas destruídas,
algumas, tantas, inacabadas.
Naquelas palavras muitos inícios relatados
e poucos foram os fins bem delineados.
Mas será que certas coisas precisam mesmo ter fim?
Sim, elas terminam e renascem se preciso for.
Alguns sinais de conhecimento, outros de confusão imprecisas,
todos com uma pitada da busca da Perfeição.

Nem todos os gestos foram precisos,
nem todas as escolhas, corretas,
mas não se pode negar que existiu
muito amor em cada ato.
Um amor nem sempre isento,
um amor nem sempre terreno,
um amor nem sempre Divino,
mas sempre muito intenso.
Somente por sua inspiração e sopro
sou o ser o que sou hoje,

O segundo volume vem por aí,
tudo novo de novo,
com mais doação, sem muita pretensão
mas vou sabendo que a Perfeição
não se encontra onde objetivos
são sistematicamente traçados.
A vida não é uma linha,
ou melhor, duas paralelas entre si,
a vida é fluida, é fluxo e não tem limite
lateral ou final,
ela é o suspenso intenso ar, terra, água e fogo.
Ela é a(mar).

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Amostras

Aqui eu sou o oceano,
me movimento por meio das marés
altas e baixas.
Passeio em todo o mundo
e em um piscar de olhos voltei
diferente e ainda mais belo
para onde já estive.
Aqui sou a lareira que aquece
aquela que não cega seus olhos
mas fornece luz e calor nos dias frios.
Aqui sou a música
carregada de silêncios entre as notas
e o que faz a vida ter sentido.
Aqui sou o dilúvio e a esperança
ainda que tudo pareça destruído
a paz reina e brota a semente em solo fértil.
Aqui sou o brilho e as asas da borboleta
livre, dispersa, desperta e bela
leve que segue o vento e semeia o jardim.
Aqui sou a aquarela,
o uno a tantas outras cores.
Aqui sou
nada mais do que Eu, Sou.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

não ser

Não sou sonho ou ilusão,
não sou meandro ou limite,
não sou espanto e desalento,
não faço caminhos,
caminho.
Não sou frasco ou fluído,
sou o que sou.
Muto, mudo, silêncio,
não sou luz ou sombra,
névoa ou semente,
não sou brilho e nem escuridão,
não sou o que me permeia,
não sou o que me semeia,
não sou o presente, nem o passado
muito menos sou o futuro,
sou o que sou e vivo.
Não sou o obstáculo ou a crise,
não sou o manifesto e nem triste,
não sou o que vivencio,
não sou o que me veste,
sou o sopro que não possui vértice.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Morada

Ali onde habito
existe um caminho
são duas linhas curvas
com início e fim bem definidos.
também existe uma árvore
demarcando este lugar.
ali por perto existe um homem
não reconheço seu rosto, nem suas vestes, só  sei que ele vive lá.
no fim do traço do caminho
ainda tenho o traço das pernas e dos pés
mãos e braços.
à frente o cume das montanhas.

ainda formas
a cor?
Branca, todas em uma só.
Nos traços, ausência dela,
indefinidos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

"libertas aurum"

Assim me refiro a não ser.
Habito um corpo ínfimo
infinito na plenitude do 
viver silente, 
sem mente
cíclico infante aprenda
vibre, exploda e construa 
com aquilo que parece destruição.

O silêncio é meu maior presente. 

sábado, 8 de agosto de 2015

se(m)entes

Ali onde sou tudo aquilo que ainda não tenho,
a plenitude incontável é o contato de onde venho.
Não me sou, me perco, me esqueço
sendo tudo aquilo que em mim espelho.
Sou a primazia e a humanidade
sem centeio, a forma ainda que disforme
me veio e ceio do mais puro alimento
no seio de Deus.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Dias sempre iguais

Preciso o ofuscado amarelado das suas páginas
que as luzes esbranquiçadas que fazem meus olhos arderem.

Prefiro as noites enluaradas que inúmeras fotos tiradas
para os outros verem.

Prefiro o ar gelado batendo no rosto
do que as teclas que demoram a chegar.

Prefiro o verde, o azul, o amarelo
que em uma tela poder olhar.

Prefiro os sentidos, os gostos, os gestos
do que um sorriso não sincero a aparecer.

Prefiro me abster de coisas inúteis 
do que me prender e não viver.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Fios

tecendo com os fios do tempo
o princípio e o fim, extremos?

Ali no emaranhado das linhas vãos momentos
que usurpados por passeios sedentos
se vão na lembrança do que já não são.

A forma que as linhas tomam
nem noto, são vento
que sopra junto com o meu clarão.

Aqui espero o fim dessa linha
para ver o mundo em minhas mãos. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Olho de Hórus

Mudanças que vem sem querer.
Algumas transitórias outras também.
Fim? Será realmente que tal coisa existe?
O que eu vejo são constantes mudanças
de visão, paradigmas, afeições.

Se todos soubessem que cada vez que a Lótus se abre
uma nova esfera se alimenta,
Daat viveria oculta,
pois depois dela
somente o Eu Sou se alimenta.

Mudanças no decorrer do caminho,
esferas ocultas silentes esperam
o que mudar então nesse silêncio
que se estende
como esfera morta e rígida de cristal?
Mudar o estado de enxergar do seu olho,
ainda que físico invisível a essa luz solar
que vem de estrela.

A comunicação não é pela fala
mas permeia ainda mais a visão.
como outrora, cegos enxergarão
agora. Também mantos de seda e carmim
se vão
fazendo da mudança, nem fim nem começo
mas um eterno clarão.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

cansado voo

Tantos são os ventos que em minhas asas vem soprar
sem cerimônia alguma me jogam de lá para cá.
as minhas asas apesar de muito cansadas
não podem parar
se paro, morro, me estatelo no chão, no linear
se continuo, pereço, cansado, sem galho para pousar.
Mas bato minhas asas, mesmo sem forças,
para o vento não me levar.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Tudo e Nada

Eu sou a coragem de silenciar
e o silêncio que diz tudo.
Sou a metáfora sem fluxo
e a verdade com seu ar puro.
Sou a fantasia dos sonhos
e o abismo absoluto.
Sou o navio que naufraga
e a vela quando flutuo.
Sou o norte do meu rumo
e a floresta dos sem prumo.
Sou a pedra nos caminhos
e o cetro reluzente.
Sou absolutamente tudo
e magnificamente nada.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Guerras Santas

Jihad, Islã,
Cristãos, judeus
Até quando isso meu Deus?
Essa baderna na tua Criação
Essa mesquinharia devocional falsa?
Até quando Tua palavra mal interpretada
mal usada e no fim modificada?
Me pergunto até onde vou ver
tudo o que é belo perecer
sem a humanidade florescer?
Me pergunto até que ponto irá chegar
toda a tolice do homem exemplar
que não para de pensar?
Até onde essa mente vulgar precisará ir
para perceber que com esse caminho não há porvir
e deixará a destruição ainda fluir?
Até quando o mundo, enfim, acabar?!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Amores de maracujá

eu queria dizer-te
com todas as palavras
e sentires mostrar-te.
com todos os desassossegos da mente
falar-te do amor
que por ti nutro.

Esse amor daqueles com
gosto de suco de maracujá
que ainda que doces
a língua podem amargar.
Daqueles que acalmam
ou podem embriagar.

Meu amor por ti é meu alento
nas cinzentas tardes de vento
que insistem em me perturbar
Contigo pereço e permaneço
por não querer a outro
a me abraçar.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Julgamento

Quais atitudes tomar?
Quais palavras usar?
Como se comportar?

As ações e um breve silêncio.

Tal silêncio que durou 2 minutos
mas que foram a eternidade
brincando com sua noção de tempo.
E outras perguntas vem
Seria melhor ter usado essa palavra?
Teria sido melhor não ter falado nada?
O que posso fazer para consertar?

Mas não há nada errado,
não há o que modificar,
não existe esse abismo,
aliás você o cava.

A preocupação com o que o outro vai achar
é mera especulação
que te causa exaustão
então calma.

Só o seu julgamento importa
se fizeste sinceramente
estará em paz.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

onda de mar

Toda a maresia,
a brisa leve do mar,
todas as ondas
fortes a rebentar,
Todas as flores
e estrelas do mar.

Areia, sal, sol, pedregulhos
conchas, peixes, mergulhos
na imensidão e no vasto olhar
ali também na retina
como maresia fina
sua imagem a me olhar.
Te vejo caminhar na praia
tão silente como onda vaga
e traz para mim todo o sonhar.

Vem em seu desvario sem nome
a traçar a linha do horizonte
e passa sem meus olhos encontrar...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Gosto

Gostei do seu conforto,
seu colo amoroso e tranquilo.
Gostei do seu verbo
que discreto sussurrou em meu ouvido.
Gostei do seu abraço
que me confortou em meu abismo.
Gostei do intelecto
que em mim foi dito.
Gostei do seu estilo
de luz sem tamanho ou tempo.
Gostei do princípio
onde tudo era livre
e os cantos pairavam no ar
com o tilintar das cordas
sem desafinar.

Gostei e permaneço a gostar...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Poeta sem tristeza
é feirante sem feira.
Seu oficio não faz sentido
e sua dor não tem beleza.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Rito

Em um banco,
não aquele qualquer
mas um de frente a uma pirâmide.
Ali em um bosque de cheiro inigualável
perfumado e ensolarado
dois anéis se unem a uma flor.
Não uma flor qualquer
sem significado ou sabor,
essa flor símbolo de um amor,
não um amor profano e descabido,
dolorido e sofredor,
mas de um amor puro,
obra do Criador.
Ali o caule da Rosa passa por entre os círculos roses,
e nas palavras ainda não ditas,
ganham o significado do que é viver.
Ali o símbolo se faz no rito,
esse importante em se ver.
O significado justaposição de tudo
que no espírito fez nascer.
Ali naquele banco,
que não é um banco qualquer
o ciclo não se fecha,
mas se eleva em um novo amanhecer.
  

Poe

Posso escrever poesia?
A mais bonita
de todas pois sua mente está vazia...

domingo, 11 de janeiro de 2015

ainda aqui

A minha estadia aqui não é por acaso
mas por atraso na resolução das insígnias
perpétuas do meu eterno circular.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Sacrifício

Há a vontade,
Há o movimento,
Há o contexto e
também o escaninho.

Mas existe o pré-texto
já revelado pelo caminho
e não acabado,
feito ninho.

Há a cantoria,
o meio-dia e a noite.
Mas é retilíneo o candor
ou é verbo mesquinho de dor?

Mas acima de tudo existe o amor
e este é o portal do navegador...