sábado, 21 de junho de 2014

Solstício

Configura-se o pleno esplendor
das maravilhas terrestres que hoje passeiam
e verse o manifesto mais recente
da habilidade perene de não se manifestar.

Hoje solstício
Sóis e mais sóis a brilhar
intensamente vão.
Uma só luz não cega
Uma só fé não se perde
Um só e só...

terça-feira, 17 de junho de 2014

Desvarios Sedentos?

Em algum sonho louco 
Naquelas noites desvairadas 
que a vida às vezes nos permite ter
Você me apareceu como um relâmpago
com toda sua luz reluzente
e brilho cegante.

Mas te olhei 
como só aqueles apaixonados 
por sua força podem olhar.
Abracei-te desesperadamente
como se meu ar dependesse daquele instante.

E dependeu
Voei e percorri por caminhos desertos
e vi de cima e de lado as peripécias 
de civilizações já extintas.

Fui e vi
que cada pedaço de pedra 
ou desenhos entalhados 
são fundamentos básicos de cada partícula de Ser.

Mostrei aos que me ouviam
a Essência que consistia cada cor
em determinado espaço,
cada som em seu período de tempo.

Falei, mas a minha voz não soa
Falo através de outros meios
Que só quem entende o silêncio escuta...                                                                                    

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Chave

Despeço-me com certezas de fé.
Despeço-me por confiar que tudo muda.
O que é uma chave?
Não é o mecanismo que tranca e destranca?
Apenas dois pólos
Um o inverso do outro.

Existe apenas uma chave
a que só abre e se desfaz
em perpétuo sossego.
Existe uma urna, uma arca
em que monumentos não condizem
com a sua real beleza.
Existe um único instante
em que todas as vontades
se curvarão
e esta chave abrirá o nosso cofre então.

A Chave nos olhos daqueles que virão
e trarão consigo a paz do Reino São...

sábado, 14 de junho de 2014

Há tempos

Saio de um descaminho que caminha
andante sem direção.
Prossigo em meandros de vales imensos
seguindo a direção de rios que não sei onde dão.
Perdida?
Não.
Apenas não definindo limites
para onde meus pés vão.
Sozinha?
Sim, somente eu e meu coração.

As vozes que me calam
Fazem mais sentido que as minhas vozes que falam
um blá, blá, blá
sem razão.

Canto nos cantos de pedras que não cessam de rolar.
Canto nas águas que me levam a flutuar
Deitada nos seus ventos voo sem parar
até um dia no mar chegar
e no meu navio embarcar...

domingo, 8 de junho de 2014

inspiração

Em qual beco estranho do meu peito
habitas tu que me faz respirar com alívio transcendente
e humano?
Em qual canto de rua de minha consciência se esconde
que não te vejo de modo algum?
Em qual janela fechada do meu pensamento
se faz sombra e não clareia em tempo nenhum?
Em que fase ou contexto aparece mais ou menos
para que te sirva sem proveito?

És a minha dona
e tu és minha.
O que não percebia
era que sou eu quem fecho suas portas
e não você que as abre.
Tu estás sempre ao meu lado
e eu no meu eterno limitar
te busco errado,
e errante vou agora sem limites
e com você me fazendo companhia
para sempre me inspirar.