As trovoadas lá fora clareiam
A face pálida e gélida da menina
Que em um dia quente vê os sofismos
As pessoas que se escondem por trás de mentiras
E se fazem parecer a mais pura e bela realidade
Pureza não precisa de destreza para ser
Apenas se faz e vive aquilo que é
A chuva começa a cair ao mesmo instante
Que nos olhos uma lágrima se faz surgir
Mas logo desaparece, pois impurezas não são perenes
E em breve o calor da alma
(Mesmo em seus átrios mais escondidos)
Estará e permanecerá vivo.
Fosse a lágrima a catarse da alma,
ResponderExcluirlavariam-se os continentes,
inundariam-se as ruas da calma
com o doce mar das gotas que entre dentes
soletram o desapego a que se chama desilusão...
Nada há, pois, mais translúcido que a verdade,
como água de nascente vista pelo poente
do Sol que traz à menina o centro da realidade,
que, ainda que lúcida, é pouco atraente...
No entanto ao parecer do último pranto,
velada pela luz da vela a que se chama coração,
tendo no silêncio o mais profundo acalanto...
E desse momento de contagem regressiva,
surge o inusitado reveillon de perceber-se livre
ao ver a verdade que a verdade anuncia...