quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As trovoadas lá fora clareiam
A face pálida e gélida da menina
Que em um dia quente vê os sofismos
As pessoas que se escondem por trás de mentiras
E se fazem parecer a mais pura e bela realidade
Pureza não precisa de destreza para ser
Apenas se faz e vive aquilo que é

A chuva começa a cair ao mesmo instante
Que nos olhos uma lágrima se faz surgir
Mas logo desaparece, pois impurezas não são perenes
E em breve o calor da alma
(Mesmo em seus átrios mais escondidos)
Estará e permanecerá vivo.

Um comentário:

  1. Luís Carlos Morais Filho1 de dezembro de 2011 às 14:43

    Fosse a lágrima a catarse da alma,
    lavariam-se os continentes,
    inundariam-se as ruas da calma
    com o doce mar das gotas que entre dentes
    soletram o desapego a que se chama desilusão...

    Nada há, pois, mais translúcido que a verdade,
    como água de nascente vista pelo poente
    do Sol que traz à menina o centro da realidade,
    que, ainda que lúcida, é pouco atraente...

    No entanto ao parecer do último pranto,
    velada pela luz da vela a que se chama coração,
    tendo no silêncio o mais profundo acalanto...

    E desse momento de contagem regressiva,
    surge o inusitado reveillon de perceber-se livre

    ao ver a verdade que a verdade anuncia...

    ResponderExcluir